segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

EPIDEMIA PARTE I


EPIDEMIA


Parte I


Minha palavra é o incêndio que se alastra.

É conflagra e flagra.

Abre as chagas.

Oxigênio não se acaba.


Chama alimentada pelo ódio do inimigo.

Sistema de ópio que deixa o povo dividido.

Os prédios imponentes e a favela submissa

A grande obra prima do sistema capitalista.


Somente com muitos muros sem constrói este sistema.

Burguesia em quarentena, refém da própria doença.

Desperdício, luxuria, status, ostentação.

Centros de poder, focos de infecção


O que corre nas veias do ser opressor.

É a prepotência de quem se julga superior.

Que se transforma em ódio e irradia a epidemia.

A burguesia sofre de guetofobia.


E nem a medicina encontrou o antídoto.

Não ha vacina pra pobreza de espírito.

Mal galopante, agudo, crônico.

O preconceito é um sinal, o terminal é o pânico.


Sua febre ferve, cólera transparente.

Tem só nojo de pobre ou medo da brava gente?

Sua cobiça típica consumista gera o medo.

Constrói o condomínio pra viver longe do gueto


Aumenta a desigualdade, mas não convive com ela.

Provoca o trauma, mas não responde pela seqüela.

Não mantém desassistidos sem empregos, longe dos livros.

Sem condições, identidade, mas ainda estamos vivos.


Sua meta é impedir que venha a surgir.

Em pleno século XXI o novo ZUMBI

Somos todos reféns de um assalto que nunca acaba.

Somos a margem de erro do plano senzala.


É a saga do povo que agora se repete.

Onde houver injustiça sempre haverá um rebelde.

Eles têm medo de nós porque somos maioria.

A burguesia sofre de guetofobia.

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